Novembro 2015

All posts from Novembro 2015

Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres

on 25 Novembro, 2015

Todo o ato de violência baseado no género, do qual resulte, ou possa resultar, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico para mulheres, incluindo as ameaças de tais atos e coação ou privação arbitrária da liberdade, quer ocorra na vida pública ou privada. (Art.º 1º da Declaração sobre Eliminação da Violência contra as Mulheres, da Assembleia Geral das Nações Unidas, resolução n.º 48/104).

 

A violência contra as mulheres é cultural e socialmente determinada, estando enraizada na nossa sociedade. É um fenómeno bastante complexo e composto por diversos fatores, sejam eles, sociais, culturais, psicológicos, ideológicos, económicos, etc. Esta prática atravessa os tempos e tem características similares em países cultural e geograficamente distintos e, com diferentes graus de desenvolvimento.

A história da sociedade é marcada por assimetrias de género que foram desfavoráveis tanto para os homens como para mulheres. As assimetrias de género vão organizando o poder na sociedade, vão hierarquizando homens e mulheres pela valorização efetiva do papel social masculino.

“A violência contra as mulheres é uma manifestação das relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens que levou à dominação e discriminação das mulheres pelos homens, privando assim as mulheres do seu pleno progresso” (Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica).

Inevitavelmente, quando falamos de violência contra as mulheres associamos a violência doméstica, contudo convém relembrar que a violência contra as mulheres ultrapassa este fenómeno. A Convenção do Conselho da Europa para a Prevenção e o Combate à Violência contra as Mulheres e a Violência Doméstica alerta para o facto de as mulheres estarem “muitas vezes expostas a formas graves de violência, tais como a violência doméstica, o assédio sexual, a violação, o casamento forçado, os chamados “crimes de honra” e a mutilação genital, que constituem uma violação grave dos direitos humanos das mulheres e raparigas e um obstáculo grande à realização da igualdade entre as mulheres e os homens”.

Uma sociedade assente na igualdade e livre de discriminações é o nosso objetivo. Para tal temos de derrubar preconceitos, estereótipos e crenças que perpetuam comportamentos seculares e nocivos. Efetivamente, de forma mais ou menos consciente somos nós que passamos e perpetuamos os estereótipos de género.

É sabido que os comportamentos se impõem do exterior através dos modelos sociais existentes. Na nossa sociedade, sobre a mulher recaia, ainda hoje, a exigência de que ela seja boa mãe, boa esposa e boa dona de casa.

Vamos recriar as nossas crenças, vamos sensibilizar, vamos educar… comecemos por nós e pelos nossos!

Ler mais

Nós e a televisão

on 21 Novembro, 2015

Hoje é dia mundial da televisão. Como tal não poderemos deixar passar este dia sem refletir sobre a ela.

Todos reconhecemos que a TV para além de uma importante fonte de informação é também um instrumento que assume funções ao nível do entretenimento, diversão, acompanhamento e ensino. Contudo, algumas vezes (não tão poucas como desejaríamos) a TV apresenta conteúdos inapropriados ou incorretos, nomeadamente para as crianças. Desde as notícias aos desenhos animados mais violentos até aos vários anúncios que passam na televisão, todos eles podem influenciar negativamente quem os visiona, em especial as crianças.

Entre as principais consequências destacamos o aumento da agressividade e do medo em relação ao mundo em que vivem. Para além destes, o tempo que uma criança despende em frente à televisão (por vezes algumas horas), impede-os de realizar outras atividades importantes para o desenvolvimento físico, psicológico e intelectual, tais como a leitura, os jogos, os trabalhos da escola, o convívio com a família ou com os amigos e até mesmo atividade física.

Considerando o ritmo de trabalho da maioria dos pais e mães as crianças passam cada vez mais tempo desacompanhadas. Assim sendo, torna-se fundamental criar estratégias que auxiliem os pais na mediação da relação criança com a televisão:

– reduzir o número de horas que as crianças passam em frente à televisão, ocupando a criança com outro tipo de atividades; aproveite também para o fazer e passar tempo de qualidade com os seus filhos/as;

– acompanhar o visionamento dos programas aproveitando para falar sobre o seu conteúdo e desmistificar as situações mais inadequadas, fazendo a criança compreender a diferença entre a realidade e a ficção;

– incentivar a criança a visionar programas apropriados à sua idade e que apelem ao seu desenvolvimento cognitivo;

E por fim, mas não menos importante, não colocar ou retirar a televisão do quarto da criança substituindo-a por brinquedos, jogos ou outras alternativas mais desejáveis para a criança.

Ler mais

Dia Mundial da Prematuridade

on 17 Novembro, 2015

Celebra-se hoje o Dia Mundial da Prematuridade que visa a consciencialização internacional acerca da prematuridade, do prematuro e do impacto que tem nas suas famílias.

Prematuro como o próprio nome indica, significa que nasce antes de estar maduro, de estar pronto, de estar preparado… Com efeito, se procurarmos no dicionário, a palavra prematuro tem origem no termo latino praematurus, de prae (antes) + maturus (maduro).

O tempo gestacional dito “normal” ou esperado de uma gravidez pode variar entre 37 a 40 semanas, sendo que o nascimento de um bebé é considerado como pré-termo ou, por sua vez, como bebé prematuro, se nascer antes das 36 semanas. Para os bebés que nascem antes do tempo esperado nem sempre os seus órgãos e demais sistemas se encontram já devidamente formados ou com a maturidade esperada, o que pode ter sérias implicações no seu desenvolvimento presente e futuro. Além disso, a prematuridade torna o bebé mais sensível aos estímulos exteriores e, por consequência mais vulnerável e com menor imunidade ao mundo que o rodeia.

Ora nenhuma mãe, nenhum pai pode dizer que se encontra 100% preparado para o nascimento de um bebé prematuro ou, ainda, para as possíveis adversidades que podem surgir. Se ser mãe e pai já por si só é uma das tarefas mais complexas com todos os desafios acrescidos que surgem ao longo do desenvolvimento da criança, lidar com a prematuridade acarreta pois uma carga emocional elevada, desgastante e assustadora na vida dos pais.

Esta experiência difícil pode ser encarada como um momento de luta, de superação ou até de união mas, por outro lado, em relações mais frágeis, em seres humanos mais vulneráveis pode contrair sérias mudanças negativas, traumáticas e interferentes. Níveis de ansiedade exacerbados, sintomas depressivos recorrentes, irritabilidade constante, dificuldades em dormir, comportamentos obsessivos, ou ainda, ruptura do casal, podem ser algumas das dificuldades que podem surgir. Não ignore estes sintomas, ampare-se num familiar, num amigo, ou ainda, procure apoio num profissional que o possa ajudar a ultrapassar esta etapa.

 

 

 

 

Ler mais

Viver com Diabetes

on 14 Novembro, 2015

Viver com uma doença como a diabetes pode ter elevado impacto, quer na vida do indivíduo, quer na sua família.

O diagnóstico de uma doença crónica tão exigente física e psicologicamente como é a diabetes é vivido com bastante ansiedade, desencadeando fortes reações emocionais, que variam entre ansiedade, medo, raiva, culpa, tristeza… Por si só, o diagnóstico de uma doença crónica constitui um complexo desafio e, uma enorme fonte de stresse para o doente e para toda a sua estrutura familiar.

O diagnóstico de uma doença crónica implica necessariamente uma adaptação e o aprender a viver com uma nova condição. No caso da diabetes, o doente e a família necessitam de começar a adquirir nova informação e competências básicas de gestão da doença que, muitas vezes implica mudanças nas rotinas familiares e no estilo de vida da família.

A diabetes, inevitavelmente não pode ser esquecida uma vez que existe a necessidade de integrar o controlo da doença nas atividades de vida diária como, por exemplo a administração da insulina e a monitorização dos níveis de glicémia. Efetivamente, a gestão da doença recai sobre o seu portador. Esta doença implica, para o portador, consideráveis mudanças psicológicas e sociais, bem como exigências em relação à gestão do regime de tratamento que conduzem (quase que) invariavelmente à diminuição da autoestima, ansiedade e isolamento. Por sua vez, para a família pode traduzir-se em elevados níveis de stress, sendo que este parece ser ainda mais forte na relação conjugal, sobretudo se o indivíduo com diabetes for portador de outras complicações crónicas.

Hoje reconhece-se uma associação positiva entre apoio percebido, bem-estar positivo e bem-estar geral logo, uma rede social e familiar adequada e o sentimento de ser valorizado e cuidado por outros promovem o bem-estar emocional, constituindo-se como aspetos fundamentais para uma adequada adaptação à doença.

O apoio e cuidado que a rede social e familiar pode prestar passa desde logo pela implementação de hábitos de vida saudável. A família ao optar por uma alimentação completa, equilibrada e variada e definindo um programa de exercício físico assume duas funções fundamentais: facilita ao diabético a gestão dos níveis de glicémia e promove o bem-estar familiar quando a prática do exercício é partilhada e encarada como uma atividade de lazer e de fortalecimento de relações intrafamiliares.

 

Ler mais

“A única coisa tão inevitável como a morte é a vida.” Charles Chaplin

on 2 Novembro, 2015

No dia dos finados, cumpre-se a tradição da Igreja Católica em rezar pelos que já se foram e não fazem mais parte do mundo em que vivemos. A continuidade da vida recorda-nos constantemente a inevitabilidade da morte. Com efeito, quer queiramos ou não, a vida e a morte andam de mãos dadas ao longo do seu ciclo, no entanto, ainda que tenhamos noção do mesmo nem sempre é fácil estarmos preparados psicologicamente para tal acontecimento.

O confronto com a morte, a perda de um ente querido é, sem dúvida, um dos fenómenos mais penosos da existência humana e uma das experiências mais dolorosas para um ser humano. A morte coloca desafios adaptativos partilhados e mudanças nas definições que a família tem da sua identidade. A capacidade de aceitar a perda está no seio dos sistemas familiares saudáveis, sendo que cada família apresenta padrões diversos de capacidade de expressão dos seus próprios sentimentos.

Passar por um processo de luto faz parte do processo dinâmico que é o ciclo de vida, no entanto, nem sempre o mesmo é realizado de forma dita “normal” e/ou esperada, podendo por vezes tornar-se em algo não resolúvel e patológico. É importante perceber de que forma o mesmo afecta o nosso funcionamento social, emocional e psicológico, uma vez que cada um pode experienciar de diferentes formas.

Apesar da evolução sociológica a que temos vindo a assistir ao longo dos anos a morte é ainda encarada como um assunto tabu, um tema ainda a ignorar. Não devemos porém ter receios em partilhar com os outros as nossas fragilidades, inquietações e dúvidas, pois só assim poderemos encontrar o equilíbrio necessário a um desenvolvimento saudável.

Procure um especialista que o possa ajudar a reencontrar esse equilíbrio!

 

Ler mais