Janeiro 2018

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Depressão Sazonal: a escuridão do Inverno

on 15 Janeiro, 2018

É certo que as condições do tempo influenciam o nosso bem-estar físico e psicológico. As temperaturas mais baixas, a falta de luz solar e os dias mais cinzentos parecem tornar-nos mais vulneráveis e mais instáveis emocionalmente. Apesar das alterações climáticas poderem ter um impacto mais ou menos significativo nas nossas vidas, a verdade é que algumas pessoas reagem de forma dramática à chegada do Inverno, em particular. Esta estação parece trazer consigo a vontade de ficar mais tempo na cama, de dormir mais horas, de comer mais doces e até a nossa motivação e energia parecem sofrer um abalo abissal.  

Mas qual a razão disto acontecer?  

A ciência aponta a ausência de luz solar como a principal responsável para o desenvolvimento de uma depressão sazonal de inverno, também designada de desordem afetiva sazonal. A justificação encontra-se na associação entre baixos níveis de claridade e a diminuição da produção de serotonina no cérebro. Este neurotransmissor que é responsável pelo sistema nervoso central, tem um papel fulcral na regulação do nosso apetite, energia, sono, humor e entre outros (Vedovato, Trevizan, Zucoloto, Bernardi, Zanoni & Martins, 2015). Nesta linha, disfunções na sua produção provocam um desequilíbrio químico no cérebro, acarretando as tais alterações emocionais e comportamentais. Como está associada à luz, esta depressão tem um início e um fim certo todos os anos. Geralmente, os primeiros sinais começam a aparecer no Outono, intensificam-se no Inverno e tendem a desaparecer na Primavera. As mulheres parecem ser as mais afetadas e este problema parece ser mais comum a partir dos 25 anos. No entanto, e apesar da evidência, a depressão sazonal pode afetar qualquer género. 

Quais os principais sinais de alerta? 

A melhor forma de evitarmos o desenvolvimento e agravamento de qualquer doença é estarmos atentos à nossa saúde física e psicológica. Deste modo, é fundamental prestar atenção aos seguintes sinais de alerta:

  • Humor: sentir-se mais apático, depressivo, irritado e com baixa autoestima;
  • Sono: vontade de dormir mais horas, ter dificuldades em adormecer ou acordar, ter insónias ou sentir-se sonolento a maior parte do tempo;
  • Alimentação: ter oscilações de peso, perda ou aumento de apetite; vontade exagerada de comer hidratos de carbono ou doces;
  • Relacionamento interpessoal: perda de interesse pela vida social, ocorrendo isolamento e distanciamento de amigos e família;
  • Desempenho profissional: perda de energia e motivação, resultando em dificuldades de concentração e fadiga constante;
  • Saúde: baixa imunidade, estando mais suscetível a contrair problemas de saúde (ex.: constipações e gripes). 

O que deve fazer ao identificar estes sinais?  

Não obstante a depressão sazonal estar fundamentalmente acoplada a mecanismos biológicos, a psicoterapia pode ser uma oportunidade de tratamento bastante benéfica para aprender a lidar com as alterações de humor e comportamentos associados. Neste sentido, se começar a identificar alguns dos sinais de alerta indicados é aconselhável que inicie um processo psicoterapêutico, evitando a instalação ou progressão da depressão.  

Isa Viamonte

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Gratidão

on 1 Janeiro, 2018

 

 

“Não são as pessoas felizes que são gratas, são as pessoas gratas que são felizes” (s.a)

Estamos a iniciar um novo ano!

Nada melhor do que construirmos uma nova tradição em família, pelo que a nossa sugestão é implementarem o pote da gratidão. Arranjem um frasco que gostem (podem mesmo decorá-lo) e coloquem todas as semanas ou meses uma frase de algo que estejam gratos. Podem pensar em diversos temas, dos quais damos alguns exemplos: sabores, cheiros, cores, sons, memórias, espaços, histórias, músicas, momentos, expressões, talentos, entre outros. No final do ano podem reunir-se em família a ler e reflectir sobre o que escreveram.

Já Abraham Maslow, psicólogo americano, defendia que conseguir expressar gratidão é um aspecto essencial para uma boa saúde mental e principalmente, para uma boa saúde emocional. Devemos cultivar a gratidão, relembrar as alegrias da vida e perceber que temos de aproveitar o tempo que temos. Porque não iniciarmos o novo ano de forma positiva e prolongarmos esse estado pelos vários meses?

Se conseguirmos agradecer as coisas positivas que temos, acabamos por atrair outras coisas positivas para a nossa vida. É importante conseguirmos aprender a valorizar os momentos adversos pelos quais passamos, conseguindo assim agradecer pelas aprendizagens que esses mesmos momentos nos trouxeram.

O estudo do psicólogo Robert Emmons identificou que pessoas que expressam a sua gratidão conseguem ter melhor humor, optimismo, têm melhor qualidade do sono, têm uma pressão arterial mais equilibrada e mesmo os níveis de depressão e ansiedade são mais baixos.

Foi neste sentido que no nosso calendário de advento demos uma sugestão para se praticar esta questão da gratidão (pote da gratidão), mas existem outras… Pode, por exemplo, praticar “o dia da gratidão” ao pensar numa pessoa e escrever-lhe uma carta a agradecer o facto dela fazer parte da sua vida.

Comece hoje e um bom ano 2018!

Cátia Lopes

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