Janeiro 2020

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Dia Escolar da Não Violência e da Paz

on 30 Janeiro, 2020

No dia 30 de janeiro celebramos o Dia Escolar da Não Violência e da Paz, uma celebração instituída a partir da comemoração do “ENIP”, que foi criado em 1964 pelo educador e pacificador espanhol, Llorenç Vidal Vidal, para assinalar a data da morte de Mahatma Gandhi.

A paz não pode ser mantida à força. Só é atingida pelo entendimento”

Já dizia Albert Einstein.

Esta comemoração pretende sensibilizar para a necessidade da cultura de não-violência e da paz nas escolas, incentivando a atos que tenham como resultado a consagração da paz mundial. O grande objetivo deste dia é que cada um nas escolas faça algo pela paz.

A escola tem uma grande função nesta tarefa de educar para a paz e para a não-violência. É possível trabalhar neste contexto o princípio da paz, integrando esta educação numa ótica de transversalidade do currículo não formal.

Educar para a paz e para a não-violência pressupõe ensinar e aprender a resolver e gerir conflitos. É perceber que o conflito está presente de forma constante na nossa sociedade como uma manifestação da diversidade de interesses, culturas e necessidades. Não há soluções mágicas, mas existem mecanismos que permitem pensar e resolver conflitos de forma diferente e que promovem a cultura da paz.

A pensar nisso, segue de forma muito breve alguns dos princípios que as escolas, isto é, todas as pessoas das e nas escolas, devem promover neste grandioso trabalho que é educar para a paz e para a não-violência:

  • Criar igualdade e equidade nos vários e diferentes contextos educativos – as crianças não são todas iguais tanto ao nível da aprendizagem e das emoções, como das suas vivências e contextos;
  • Prever situações de conflito e não ter receio de dialogar sobre os mesmos – fugimos dos conflitos como se de algo negativo se tratasse;
  • Gerir de forma positiva e controlada as situações de agressividade – gerir positivamente não significa aceitar, muito menos ignorar, mas antes comunicar e responsabilizar;
  • Optar pelo diálogo e negociação cooperativa, suprimindo a cultura do vencedor/vencido, culpado/inocente, certo/errado – soluções de ganhar-ganhar;
  • Promover, defender e alimentar valores como a justiça, a liberdade, a cooperação, o respeito, a solidariedade, o compromisso, a autonomia, o diálogo e o envolvimento, em detrimento da discriminação, da intolerância, da violência, da indiferença e do conformismo;
  • Proporcionar situações que favoreçam a comunicação e a convivência, numa lógica de empowerment, reconhecimento e legitimação dos envolvidos;
  • Participar e criar atividades relacionadas com a paz, solidariedade e resolução positiva de conflitos em que todos são envolvidos no seu planeamento e conceção;
  • Criar climas cooperativos, democráticos e positivos no contexto de sala de aula e em todos os restantes contextos relacionais de escola – a cultura de escola só se constrói assim;
  • Fomentar a reflexão, a troca de argumentos, pontos de vista e opiniões numa lógica de crescimento e empatia, difundindo estes princípios regularmente por todos os agentes da comunidade educativa – não é só a informação que muda comportamentos;
  • Apostar no trabalho em grupo e projetos educativos coletivos, em que se faz uso de técnicas de reflexão e desenvolvimento moral, debate de experiências, clarificação de valores, discussão de dilemas e formas alternativas de resolução de conflitos, mais uma vez, envolvendo todos os elementos da comunidade educativa (alunos, docentes, assistentes operacionais, técnicos, etc.);
  • Apostar numa cultura de escola, numa ótica de compromisso educativo – um professor sozinho não tem o mesmo impacto/efeito.

Estes princípios potenciam no processo de ensino-aprendizagem relações fundamentadas pela paz entre alunos-pais-professores-escola. Trata-se de extrapolar esta vivência de não-violência e paz para fora da escola. Levar de dentro para fora, mas também de fora para dentro, numa inter-relação constante e equilibrada em que todos temos o nosso papel fundamental.

Porque o que nós fazemos é importante e se eu conseguir avançar um centímetro pelo caminho ‘certo’, então já estou a contribuir com a minha parte.

Feliz Dia Escolar da Não Violência e da Paz!

Mónica Nogueira Soares

PhD, Psicóloga| Formadora| Mediadora familiar e escolar

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