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A gravidez, o pós-parto e a saúde mental

on 9 Setembro, 2019

Hoje todas as grávidas estão de parabéns, por isso, aproveitamos este dia para lhes dedicar a nossa atenção. 

A preparação para o nascimento de um filho é um grande acontecimento de vida e, independentemente da forma como a gravidez é vivida, é um momento particularmente stressante na vida da mulher.

As alterações físicas, psicológicas, o trabalho de parto e a responsabilidade de trazer uma criança ao mundo pode levar, muitas vezes, ao chamado “baby blues”, um estado de tristeza e choro fácil associado a uma sensação de mal-estar e ansiedade, na maioria das vezes sem motivo. De natureza transitória e de origem hormonal, acomete entre 40 e 80% das puérperas e ocorre nas 4 semanas seguintes ao parto (Costa, 2015). Se a sintomatologia persistir pode requerer especial atenção.

Estima-se que 3 a 6% das mulheres experienciarão um episódio depressivo durante a gravidez ou nas semanas ou meses após o parto (APA, 2014).  A depressão pré-natal ocorre em 10 a 20% das mulheres grávidas e é um dos preditores mais consistentes da depressão pós-parto. Durante a gravidez é importante estar atenta aos seguintes sintomas:

  • Choro frequente;
  • Perturbações de sono;
  • Fadiga;
  • Perturbações alimentares;
  • Perda significativa ou incapacidade de sentir prazer em atividades que antes eram consideradas agradáveis;
  • Ansiedade;
  • Dificuldade de estabelecer ligação com o feto;
  • Irritabilidade.

Por sua vez, a depressão pós-parto ocorre entre 10 a 15% das mulheres e caracteriza-se pela ocorrência de um episódio depressivo major, no período pós-parto. Dada a prevalência e consequências para a mãe e para a criança, importa perceber a sintomatologia específica associada a esta condição, muitas vezes difícil de identificar (devido, por exemplo, ao estigma ou à dificuldade de interpretação dos sintomas) (Fonseca & Canavarro, 2017):

  • Flutuações de humor;
  • Preocupação excessiva com o bem-estar da criança;
  • Sentimento de incapacidade, inadequação ou culpa;
  • Medo de estar sozinha com o bebé;
  • Medo de sair ou magoar o bebé;
  • Dificuldade de estabelecer ligação com o bebé;
  • Diminuição do desejo sexual pelo parceiro;
  • Queixas físicas frequentes, tais como fadiga, dores de cabeça, falta de apetite;
  • Dificuldade de concentração e tomada de decisão;
  • Perda de interesse em cuidar de si;
  • Ansiedade associação à sintomatologia depressiva.

Se reconhece estes sintomas e está grávida ou é puérpera procure ajuda profissional. Nós podemos ajudá-la a desfrutar deste momento de forma tranquila.

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