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“A mentira tem perna curta…”

on 1 Abril, 2016

O benjamim da família desde cedo diz umas “não verdades” com alguma graça… desde omitir atos a convenientemente esquecer e negar uma ou outra ação. A mentira surge, de facto nos primeiros anos de vida associada ao desenvolvimento da capacidade que cada um tem de se expressar, da linguagem e da imitação do adulto. Embora sem perceber a carga imoral associada à mentira a criança pode fantasiar e contar histórias sem consciência da realidade ficcional e factual.

As crianças mais novas mentem, embora de forma mais simples e menos elaborada. Efetivamente há uma progressão no conceito e na utilização da mentira ao longo da vida. Entre os 2 e os 4 anos as crianças aprendem que podem contar uma não verdade para evitar serem chamadas a atenção por uma ação menos positiva. Por volta dos 5 anos a criança já consegue distinguir uma verdade de uma mentira, tendo já noção do certo e do errado e consequentemente capacidade de entender o carácter imoral de uma mentira. Nesta fase a criança muitas vezes mente para se defender ou não assumir a responsabilidade dos seus atos com medo das consequências. Esta é altura ideal para explicar que “a mentira tem perna curta” e, por isso, mais vale ser correto e honesto acarretando os efeitos secundários menos bons.

A partir dos 7 a criança já mente deliberadamente. Tendo consciência das possíveis consequências dos seus atos utiliza a mentira de forma intencional. Esta é muitas vezes utilizada como ferramenta para obter benefícios ou vantagens que de outra forma não consegue. A partir desta idade, e pela interação com os pares, inicia-se a descoberta da mentira inofensiva enquanto estratégia de interação nas relações sociais.

Os/As pais/mães e educadores/as deverão ser rigorosos mas compreensivos e não deixar passar uma mentira sem conversar sobre ela, sobre as consequências imediatas da mesma e sobre os aspetos éticos da não verdade.

Quando devem procurar ajuda?

Quando o padrão de mentira se torna repetitivo ou grave, e quando a criança não distingue o Bem e o  Mal ou o Certo e o Errado em idades em que isso já deveria ter sido adquirido poderá ser importante procurar a nossa ajuda!

Ana

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