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Adolescência

on 8 Maio, 2018

Se este título o/a interessou talvez tenha um adolescente em casa.

A adolescência é uma etapa de desenvolvimento essencial e muito desafiante. O lado emocional amadurece mais rapidamente do que o racional, e é por isso que muitas vezes encontramos um desequilíbrio no comportamento dos adolescentes.

Muitas vezes, a partir de certa idade, verificamos uma alteração no comportamento da criança que pedia miminhos, que era afetuosa e meiguinha e que de repente parece mais distante.

A gestão parental na fase da adolescência requer, de facto, muita ATENÇÃO, ACEITAÇÃO e disponibilidade de TEMPO para que não haja um afastamento efetivo.

Sabemos que nestas idades a referência dos pais deixa de ter tanta importância quando comparada com a dos/as amigos/as. A influência dos/as amigos/as e a necessidade de serem aceites, acaba por os colocar em risco mais frequentemente. Assim, é necessário os pais estarem atentos, estarem presentes e dedicados a compreender esta etapa de desenvolvimento.

Deixamos aqui 5 dicas do que pode fazer:

1. OBSERVAR 

Observar é diferente de controlar o que o/a seu/sua filho/a anda a fazer. Se o/a seu/sua filho/a sentir que está a ser demasiado controlado/a revolta-se, mas isso não invalida que não deva estar atento e observar com atenção todos os seus comportamentos, assim como saber o que ele/a faz – saber o horário das aulas, saber onde vai depois das aulas, acompanhar os trabalhos de casa, etc. Só assim o/a conseguirá orientar e ajudar. É importante conhecer os/as seus/suas amigos/as e se possível acolhê-los em casa, de forma a conseguir observar e interagir com eles/as.

2. ESCUTAR

Estar disponível para escutar e ouvir com atenção o que o/a seu/sua filho/a quer transmitir. Quais as suas angústias, medos, sonhos e inseguranças. É importante ouvir as suas ideias, sem as desvalorizar .

Por um lado, há aqueles adolescentes que cada vez menos vão ter com os pais por sua iniciativa e nesse caso, tente proporcionar atividades com ele/a, proporcionar bons momentos em família. Não deve tentar ser o/a seu/sua melhor amigo/a, nem forçar conversas profundas que eles não queiram ter, mas se houver abertura por parte dos pais, eles próprios vão falar e estarão a fortalecer o vínculo entre pais e filho/a.

Depois temos aqueles adolescentes (em especial as raparigas) que chegam a casa e têm muita necessidade de falar tudo o que aconteceu com os/as seus/suas amigos/as. Nem sempre temos a disponibilidade certa para os escutar, mas é importante pararmos e ouvirmos com atenção e interesse. Se os adolescentes se sentirem escutados é mais provável que procurem os pais e os deixem orientar.

3. ACEITAR

Muitas vezes podem surgir conflitos inerentes a ideias e padrões distintos de haver dois tipos de gerações diferentes. É preciso fazer-se um esforço no sentido de aceitar isso mesmo, aceitar que os adolescentes vivem numa geração diferente da nossa, com novos paradigmas. O facto dos adolescentes se sentirem aceites irá promover uma confiança e um sentido de compromisso, pelo que não se tornam tão resistentes.

4. ORIENTAR

O facto de observarmos, escutarmos e aceitarmos o adolescente não quer dizer que ele não necessite de regras bem claras. A imposição de limites na adolescência é essencial e o adolescente tem de demonstrar ter responsabilidade no seu comportamento. Nesta etapa uma das negociações que mais surge como necessária, são as saídas à noite. Estas devem ser permitidas, mas sempre com regras claras: com quem vai, onde vai, qual o programa e qual a hora de chegada.

5. RESPEITAR A INTIMIDADE

Todas as pessoas têm a sua intimidade e esta deve ser respeitada, pelo que deve ser dado o espaço da privacidade que os adolescentes precisam, promovendo a sua autonomia e responsabilidade. Não se devem impor, é importante dar espaço, mostrando-se disponível e atento.

No entanto, também é muito importante promover momentos íntimos em família, pelo que deve haver momentos de convívio e partilha – exemplo: ver um filme e a comer pizza e pipocas ou um passeio especial.

Partilhamos ainda um link de um vídeo espanhol sobre esta temática:

 

Cátia Lopes

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