Aprende-se. É preciso! A velhice pode ser programada.
Tendo consciência das alterações biopsicossociais que acompanham o envelhecimento, e considerando que a sociedade está cada vez mais envelhecida, torna-se fundamental aprender a envelhecer.
Embora o envelhecimento seja um processo gradual, individual e heterogéneo caracteriza-se por um conjunto de perdas a nível fisiológico, social e psicológico.
A passagem dos anos envolve muitas vezes a perda de pessoas significativas (por morte de pares e familiares ou por distância física), de apoio social (isolamento) e/ou de poder financeiro ou somente social. A nível psicológico, a velhice pode ser caracterizada também pelo declínio cognitivo. Alguns autores defendem que este declínio pode estar associado a sintomas depressivos, nomeadamente nos declínios moderados, consequentemente regista-se a diminuição de outros aspetos psicológicas importantes, como o autoconceito e a qualidade de vida. Considerando que a eficácia das intervenções médicas tem apresentado um avanço considerável nas últimas décadas considera-se, pois importante combater os estereótipos associados ao envelhecimento e aumentar a qualidade de vida desta população pela promoção de atividades que visem o suporte e apoio social. Será importante ir trabalhando a autoestima e combater a solidão. Deixamos algumas sugestões de atividades:
– cursos de artes manuais;
– cursos de tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente redes sociais;
– criar grupos sociais de apoio (amigos);
– aulas de dança;
– realizar, sempre que for possível, viagens culturais (mesmo que se viaje sozinho);
– fazer voluntariado,…
Podemos aprender a envelhecer! E para refletir deixamos um poema de Álvaro Magalhães:
Os anos que fazemos
Também nos fazem a nós
Os anos que fizemos nos fizeram
Os anos que faremos nos farão
É de anos que somos feitos,
De breve e misterioso tempo.
Em nós estão os anos que já fomos
Esses anos que fizemos somos nós,
Do cimo da cabeça à ponta dos pés.
Quanto tempo somos?
Quanto tempo és?
De que é feito o tempo que nos faz?
Quanto tempo há?
Para onde vai o tempo que foi?
Onde está o tempo que virá?
Álvaro Magalhães