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Aprende-se a envelhecer?

on 28 Outubro, 2015

Aprende-se. É preciso! A velhice pode ser programada.

Tendo consciência das alterações biopsicossociais que acompanham o envelhecimento, e considerando que a sociedade está cada vez mais envelhecida, torna-se fundamental aprender a envelhecer.

Embora o envelhecimento seja um processo gradual, individual e heterogéneo caracteriza-se por um conjunto de perdas a nível fisiológico, social e psicológico.

A passagem dos anos envolve muitas vezes a perda de pessoas significativas (por morte de pares e familiares ou por distância física), de apoio social (isolamento) e/ou de poder financeiro ou somente social. A nível psicológico, a velhice pode ser caracterizada também pelo declínio cognitivo. Alguns autores defendem que este declínio pode estar associado a sintomas depressivos, nomeadamente nos declínios moderados, consequentemente regista-se a diminuição de outros aspetos psicológicas importantes, como o autoconceito e a qualidade de vida. Considerando que a eficácia das intervenções médicas tem apresentado um avanço considerável nas últimas décadas considera-se, pois importante combater os estereótipos associados ao envelhecimento e aumentar a qualidade de vida desta população pela promoção de atividades que visem o suporte e apoio social. Será importante ir trabalhando a autoestima e combater a solidão. Deixamos algumas sugestões de atividades:

– cursos de artes manuais;

– cursos de tecnologias de informação e comunicação, nomeadamente redes sociais;

– criar grupos sociais de apoio (amigos);

– aulas de dança;

– realizar, sempre que for possível, viagens culturais (mesmo que se viaje sozinho);

– fazer voluntariado,…

 

Podemos aprender a envelhecer! E para refletir deixamos um poema de Álvaro Magalhães:

 

Os anos que fazemos

Também nos fazem a nós

Os anos que fizemos nos fizeram

Os anos que faremos nos farão

É de anos que somos feitos,

De breve e misterioso tempo.

Em nós estão os anos que já fomos

Esses anos que fizemos somos nós,

Do cimo da cabeça à ponta dos pés.

Quanto tempo somos?

Quanto tempo és?

De que é feito o tempo que nos faz?

Quanto tempo há?

Para onde vai o tempo que foi?

Onde está o tempo que virá?

 

Álvaro Magalhães

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