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Etapas de Desenvolvimento

on 27 Abril, 2018

Piaget, à semelhança de outros autores, defende que o desenvolvimento ocorre por estádios. Apesar de considerarmos que estes estádios não são estanques e das inúmeras criticas (por exemplo, que o desenvolvimento humano não termina aos 11 anos e deveria haver um estádio pós-formal que compreende a idade adulta e a terceira idade), pode ser interessante saber a caracterização de cada um e essencialmente quais os sinais de alerta que os pais devem estar atentos.

Estádio nº1 – Sensório-motor (0 aos 2 anos) – Esta etapa é caracterizada pela forma como a criança descobre o mundo através dos sentidos e dos movimentos. As grandes conquistas deste período focam-se no desenvolvimento das capacidades motoras e da permanência do objecto. A criança adquire a compreensão de que o mundo existe independentemente de si e das suas acções: um objecto ou uma pessoa continuam a existir mesmo não estando no seu campo de visão.

Estádio nº2 – Pré-Operatório (2 aos 7 anos) – Nesta etapa, a criança já não está limitada unicamente ao seu meio sensorial. Ocorre um grande desenvolvimento da sua linguagem e do pensamento simbólico, no qual a criança começa a ter a capacidade de pensar sobre aquilo que não está presente, construindo imagens mentais de objectos e acontecimentos. É uma etapa marcadamente egocêntrica, na qual a criança dirige toda a atenção para si.

Estádio nº3 – Operações concretas (7 aos 12 anos) – Nesta etapa, o pensamento torna-se menos egocêntrico e é substituído pelo pensamento operatório. A criança começa a ter capacidade de ver o mundo através da perspectiva do outro e o seu pensamento torna-se mais racional e lógico. Contudo, a criança só consegue pensar correctamente sobre eventos concretos, ou seja, que ocorram no presente imediato e que possam ser observados.

Estádio nº4 – Operações formais (a partir dos 12 anos) – A partir dos 12 anos, ocorre o desenvolvimento completo do pensamento lógico, formal e abstracto. Surge a capacidade de pensar sobre situações hipotéticas e de elaborar conceitos éticos como a liberdade e a justiça. É, nesta fase, que as estruturas cognitivas da criança atingem o seu nível de desenvolvimento mais elevado.

Na imagem apresentada identificamos os principais sinais de alerta, pelo que caso esteja preocupado com algum deles entre em contacto connosco.

Isa Viamonte

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A Doença de Alzheimer e a avó M.

on 26 Fevereiro, 2018

A avó M. foi diagnosticada com Alzheimer em agosto de 2012, tinha na altura 77 anos. Era uma mulher cheia de vida e todos os dias tinha a casa cheia à hora do almoço.

Os primeiros sinais da doença foram de tal forma subtis que toda a família considerava ser da idade. Eram esquecimentos inicialmente tão insignificantes que, para todos, eram apenas esquecimentos… ora era o tempero da comida, ora eram datas de aniversários dos netos mais novos, depois a dificuldade em recordar uma conversa que tinha tido com as filhas ou onde tinha guardado o dinheiro… depois esquecera o fogão ligado.

Às vezes M. esquecia os dias da semana, mas como ela dizia “é normal, os dias para mim são todos iguais”. Para M. era o cansaço, até porque ultimamente dormia pouco. Não havia qualquer preocupação por parte de M. relativamente ao que se passava.

Efetivamente M. negava ou minimizava as suas incapacidades. Pouco meses antes do diagnóstico M. não se lembrava que a sua neta mais velha ia casar. Com o tempo a família foi notando ainda ligeiras alterações no seu comportamento e na linguagem. M. sempre fora conservadora e nunca admitiu faltas de educação. No entanto, M. tornara-se desinibida e com “deslizes” no comportamento que não eram expectáveis. Muitas vezes M. perdia o fio à conversa e começava a divagar. A capacidade de atenção foi diminuindo e a apatia foi-se instalando. M. perdeu o interesse por atividades até então prazerosas como ler ou ver televisão.

Atualmente M., apesar de realizar algumas das atividades de vida diária com alguma autonomia, necessita de supervisão e já não reconhece alguns membros da sua família nuclear. Talvez este seja o aspeto mais chocante para a família.

De facto, a Doença de Alzheimer (DA) tem início insidioso e progressivo, dificultando a perceção da instalação do quadro clínico pelos familiares. Os doentes com DA sofrem, habitualmente alterações em diferentes domínios cognitivos, nomeadamente memória e capacidade de orientação, raciocínio e pensamento abstrato. Esta doença caracteriza-se, numa fase inicial por défice de memória episódica e por défice da capacidade de recordar nova informação.

Posteriormente, surgem dificuldades na memória semântica como a anomia, agnosia e fluência na linguagem. A memória remota e autobiográfica também é afetada, sendo que, habitualmente quanto mais antiga a memória, melhor preservada.  São ainda características desta doença, entre outras, a desorientação espacial e temporal, alterações da linguagem, dificuldade na resolução de problemas, alterações de personalidade e perturbações do humor.

Considerando o impacto desta doença no funcionamento do indivíduo no desempenho das atividades de vida diária e, consequentemente, no funcionamento familiar a reabilitação neuropsicológica surge como a intervenção mais adequada para maximizar as funções cognitivas, bem como, reduzir ou colmatar os défices resultantes da progressão neurodegenerativa da doença.

Existem diferentes técnicas para reabilitação, nomeadamente da memória. Estas podem ser usadas isoladamente ou de forma complementar, sendo que a seleção e aplicação de cada técnica deve considerar, entre outras, o tipo de patologia, o grau de severidade e as habilidades residuais mantidas/preservadas.

Pretende-se, assim uma intervenção individualizada, centrada no doente e focada na realização das atividades de vida diária.

Não adie o pedido de ajuda. A intervenção atempada faz toda a diferença em termos da preservação das capacidades e do bem-estar próprio e de quem cuida. Estamos disponíveis para esta intervenção com o doente, mas também para ajudar as famílias a lidar com todo este processo. Marque a sua consulta!

À avó M.!

Ana

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Concentração nas crianças

on 19 Fevereiro, 2018

Muitas têm sido as vezes que nos chegam ao consultório crianças que são identificadas na escola como tendo dificuldades de concentração.

Cada caso é um caso e temos sempre de analisar se há algum outro problema associado a essa falta de concentração.  No entanto, muitas vezes consegue-se resolver, ou pelo menos diminuir esse problema de falta de concentração, utilizando algumas estratégias.

  1. A maioria das crianças e adolescentes concentra-se melhor depois dormir o tempo necessário e com a qualidade necessária, por isso garanta que o seu filho dorme cedo.
  2. É importante ter algum cuidado com a alimentação, sabe-se que uma alimentação muito à base do açúcar influencia negativamente  a concentração, ficando muito mais agitados.
  3. Retire tudo o que pode distrair a criança quando está a efectuar uma determinada tarefa. Por exemplo, a mesa onde estuda deve apenas ter o material que a criança necessita.
  4. É importante não ter material a mais na mesa onde vai realizar determinada tarefa, mas ter o essencial. Isto para evitar estar constantemente a levantar-se para ir buscar material, pois nessas pausas perde a concentração.
  5. O local onde realiza determinada tarefa deve ser silencioso, e num local onde a criança não veja outro tipo de objectos que lhe suscitam mais interesse. O excesso de estímulos é inimigo da concentração infantil.
  6. A criança deve fazer uma tarefa de cada vez, só quando termina uma é que deve seguir para a seguinte. O multitasking não é aconselhável pois assim nunca conseguirá concentrar-se verdadeiramente no que está a fazer, mas está sempre a pensar nas outras tarefas.
  7. Conte histórias que sejam estimulantes para a criança e nos dias seguintes vá pedindo para ela contar partes da mesma. Assim ela teve de estar atenta à história para depois a conseguir reproduzir.
  8. Jogue com a criança jogos que tenham regras. Assim para além dela ter de as cumprir, também tem de estar atenta para verificar se os outros jogadores também estão a cumprir. As crianças são competitivas e portanto torna-se algo desafiante para elas.
  9. Há alguns jogos que tipicamente estimulam a concentração e que a maioria das crianças gosta de fazer. Exemplos: xadrez, puzzles, legos, encontrar diferenças. Estimule a que ela todos os dias jogue esse tipo de jogos, pois vai estimulando essa capacidade de concentração.
  10. Inclua actividades que exigem sequência e organização, pois estas vão estimular o cérebro a manter uma linha de raciocínio e fortalecer a concentração. Como exemplo desse tipo de actividades, podemos referir o colocar objectos em ordem alfabética ou separar brinquedos seguindo critérios específicos (por cor, por tamanho…).
  11. Perceba qual o tipo de tarefas que a criança se sente mais envolvida. Algumas crianças preferem realizar actividades práticas e concretas, enquanto outras se concentram melhor quando há recursos visuais para ajudá-los.
  12. Procure actividades que o seu filho demonstre maior interesse para começar e vá direccionando para aquelas que são mais complexas. Cada criança tem o seu ritmo e devemos respeitá-lo.

Implemente essas estratégias e dê-nos o seu feedback. Ajudou?

Cátia Lopes

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Dia dos namorados!

on 14 Fevereiro, 2018

Hoje é o dia mais romântico do ano: celebra-se o amor.

A música diz-nos que “o amor é mágico”. Camões comparava-o a um “fogo que arde sem se ver”, Álvaro de Campos chamava-o de “ridículo” e Fernando Pessoa escreveu que “quem quer dizer o que sente, não sabe o que há-de dizer”. São milhares os poemas, as cartas, as músicas e as pessoas que tentam descrever, das mais variadas formas, este sentimento que toma de assalto os nossos corações e as nossas vidas. Talvez seja das palavras mais difíceis de descrever e de expressar sob a forma de vocábulo. A sua complexidade e plenitude exigem reflexão e sensibilidade na sua compreensão. Para mim, o amor não se explica: sente-se, vive-se e respeita-se, de forma singular.

Quando falamos de amor, falamos da maior força humana. Aquela que move montanhas, ultrapassa preconceitos e nos torna mais humanos. O amor enche a nossa vida de cor e de sentido. Liberta o que de melhor há em nós e imprime o desejo de ser e de fazer os outros felizes.

O amor está nos gestos mais simples: Está numa troca de olhares, num beijo apaixonado e numas mãos entrelaçadas; Está num abraço de conforto e num cuidado recíproco; Está na cumplicidade, na cedência e na tolerância; No respeito e na escuta ativa; Está na partilha e na liberdade; Na saúde e na doença; Na felicidade e na tristeza; Está na distância e na saudade. O amor está sempre, em nós e entre nós.

Amar é um mar de experiências, de aprendizagens e de investimento. Acredito que é a força motriz da nossa alma – como dizia Florbela Espanca – e, por isso, desejo que todos nos deixemos amar, perdidamente. Se apenas se consegue ver bem com o coração, porque o essencial é invisível aos olhos (Antoine de Saint Exupery), então deixo-vos com esta questão:

– O que podemos fazer nós, criaturas, senão amarmos? (Carlos Drummond de Andrade)

Isa Viamonte

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Será possível sair de casa com calma?

on 9 Fevereiro, 2018

Todas as pessoas que têm filhos queixam-se imenso que de manhã é sempre tudo caótico!

Ou porque as crianças não se querem levantar e pedem sempre mais um bocadinho, ou porque não se despacham a comer, ou porque não querem vestir aquela roupa, ou porque simplesmente se esquecem de tudo, e a família toda tem de voltar para trás.

É muito frequente estarmos à porta das escolas e vermos os pais a “resmungar” com os filhos porque já vão atrasados, a saírem do carro em toda a velocidade e irem buscar as várias mochilas que as crianças têm de levar com elas…

Em resumo, podemos dizer que o dia começa sempre com uma grande agitação e que a chegada ao trabalho quase que funciona como o momento de relaxar finalmente.

Será possível contrariar isto?

Considero que fazer isso todos os dias de forma calma e serena é impossível, mas podemos certamente tentar diminuir um pouco toda esta agitação e conseguir ter uma manhã mais positiva.

Assim sendo, deixo aqui algumas dicas que podemos implementar no dia-a-dia.

  1. O descanso é fundamental – Se a criança não descansou o suficiente durante a noite, ou mesmo se os pais não descansaram, é certo que o limite de tolerância está mais baixo e é mais provável que haja divergências.
  2. Calcular o tempo necessário – É fundamental perceber qual é o tempo que necessitamos para fazer todas as tarefas necessárias sem andarmos a correr de manhã. Quanto tempo demoramos a tomar banho, quanto tempo demoramos a arranjarmo-nos, quanto tempo demoramos a vestir as crianças (ou pelo menos orientá-las), quanto tempo para tomar o pequeno almoço em família, quanto tempo para fazer camas… Cada casa certamente tem as suas regras matinais e devem ser analisadas e planeadas e deixar sempre uns 10 minutos extra para imprevistos.
  3. Planeamento de véspera – Quanto mais as coisas tiverem organizadas de véspera mais tempo se poupa de manhã e principalmente diminui o erro de esquecimentos. Assim, será importante preparar tudo o que for possível de véspera: lancheiras prontas, mochilas arrumadas, roupa escolhida, mesa de pequeno almoço colocada, entre outras. O ideal é ficar já tudo na entrada de casa para que nada fique descurado.
  4. Todos saberem quais as suas tarefas – é importante autonomizar os miúdos e todos devem participar nas tarefas, desde que estas sejam adequadas para a sua idade. A criança deve saber exactamente o que tem de fazer de manhã e seguir uma rotina que lhe facilite. Ao sentir-se mais autónoma vai cooperar mais, logo vai haver momentos de maior descontracção familiar.

Espero que as dicas sejam úteis.

Um feliz dia para todos!

Cátia Lopes

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Depressão Sazonal: a escuridão do Inverno

on 15 Janeiro, 2018

É certo que as condições do tempo influenciam o nosso bem-estar físico e psicológico. As temperaturas mais baixas, a falta de luz solar e os dias mais cinzentos parecem tornar-nos mais vulneráveis e mais instáveis emocionalmente. Apesar das alterações climáticas poderem ter um impacto mais ou menos significativo nas nossas vidas, a verdade é que algumas pessoas reagem de forma dramática à chegada do Inverno, em particular. Esta estação parece trazer consigo a vontade de ficar mais tempo na cama, de dormir mais horas, de comer mais doces e até a nossa motivação e energia parecem sofrer um abalo abissal.  

Mas qual a razão disto acontecer?  

A ciência aponta a ausência de luz solar como a principal responsável para o desenvolvimento de uma depressão sazonal de inverno, também designada de desordem afetiva sazonal. A justificação encontra-se na associação entre baixos níveis de claridade e a diminuição da produção de serotonina no cérebro. Este neurotransmissor que é responsável pelo sistema nervoso central, tem um papel fulcral na regulação do nosso apetite, energia, sono, humor e entre outros (Vedovato, Trevizan, Zucoloto, Bernardi, Zanoni & Martins, 2015). Nesta linha, disfunções na sua produção provocam um desequilíbrio químico no cérebro, acarretando as tais alterações emocionais e comportamentais. Como está associada à luz, esta depressão tem um início e um fim certo todos os anos. Geralmente, os primeiros sinais começam a aparecer no Outono, intensificam-se no Inverno e tendem a desaparecer na Primavera. As mulheres parecem ser as mais afetadas e este problema parece ser mais comum a partir dos 25 anos. No entanto, e apesar da evidência, a depressão sazonal pode afetar qualquer género. 

Quais os principais sinais de alerta? 

A melhor forma de evitarmos o desenvolvimento e agravamento de qualquer doença é estarmos atentos à nossa saúde física e psicológica. Deste modo, é fundamental prestar atenção aos seguintes sinais de alerta:

  • Humor: sentir-se mais apático, depressivo, irritado e com baixa autoestima;
  • Sono: vontade de dormir mais horas, ter dificuldades em adormecer ou acordar, ter insónias ou sentir-se sonolento a maior parte do tempo;
  • Alimentação: ter oscilações de peso, perda ou aumento de apetite; vontade exagerada de comer hidratos de carbono ou doces;
  • Relacionamento interpessoal: perda de interesse pela vida social, ocorrendo isolamento e distanciamento de amigos e família;
  • Desempenho profissional: perda de energia e motivação, resultando em dificuldades de concentração e fadiga constante;
  • Saúde: baixa imunidade, estando mais suscetível a contrair problemas de saúde (ex.: constipações e gripes). 

O que deve fazer ao identificar estes sinais?  

Não obstante a depressão sazonal estar fundamentalmente acoplada a mecanismos biológicos, a psicoterapia pode ser uma oportunidade de tratamento bastante benéfica para aprender a lidar com as alterações de humor e comportamentos associados. Neste sentido, se começar a identificar alguns dos sinais de alerta indicados é aconselhável que inicie um processo psicoterapêutico, evitando a instalação ou progressão da depressão.  

Isa Viamonte

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Gratidão

on 1 Janeiro, 2018

 

 

“Não são as pessoas felizes que são gratas, são as pessoas gratas que são felizes” (s.a)

Estamos a iniciar um novo ano!

Nada melhor do que construirmos uma nova tradição em família, pelo que a nossa sugestão é implementarem o pote da gratidão. Arranjem um frasco que gostem (podem mesmo decorá-lo) e coloquem todas as semanas ou meses uma frase de algo que estejam gratos. Podem pensar em diversos temas, dos quais damos alguns exemplos: sabores, cheiros, cores, sons, memórias, espaços, histórias, músicas, momentos, expressões, talentos, entre outros. No final do ano podem reunir-se em família a ler e reflectir sobre o que escreveram.

Já Abraham Maslow, psicólogo americano, defendia que conseguir expressar gratidão é um aspecto essencial para uma boa saúde mental e principalmente, para uma boa saúde emocional. Devemos cultivar a gratidão, relembrar as alegrias da vida e perceber que temos de aproveitar o tempo que temos. Porque não iniciarmos o novo ano de forma positiva e prolongarmos esse estado pelos vários meses?

Se conseguirmos agradecer as coisas positivas que temos, acabamos por atrair outras coisas positivas para a nossa vida. É importante conseguirmos aprender a valorizar os momentos adversos pelos quais passamos, conseguindo assim agradecer pelas aprendizagens que esses mesmos momentos nos trouxeram.

O estudo do psicólogo Robert Emmons identificou que pessoas que expressam a sua gratidão conseguem ter melhor humor, optimismo, têm melhor qualidade do sono, têm uma pressão arterial mais equilibrada e mesmo os níveis de depressão e ansiedade são mais baixos.

Foi neste sentido que no nosso calendário de advento demos uma sugestão para se praticar esta questão da gratidão (pote da gratidão), mas existem outras… Pode, por exemplo, praticar “o dia da gratidão” ao pensar numa pessoa e escrever-lhe uma carta a agradecer o facto dela fazer parte da sua vida.

Comece hoje e um bom ano 2018!

Cátia Lopes

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Rir e sorrir… porque rir é o melhor remédio

on 23 Dezembro, 2017

Este mês temos sugerido algumas atividades para fazer em família. Sem dúvida que uma forma de partilha e diversão é jogar um jogo que traga muitas risadas.

Vários autores têm demonstrado a importância do brincar e do jogo no desenvolvimento saudável da criança e na construção das aprendizagens. Por sua vez, os estudos sobre o riso têm demonstrado que o riso promove a sensação de bem-estar e de felicidade. Já diz o velho ditado “Rir é o melhor remédio”.

Na verdade, todos nós reagimos a uma boa gargalhada. Quando rimos o nosso cérebro liberta endorfinas, substância natural responsável pela sensação de bem-estar. Efetivamente, rir inibe as hormonas do stress e, inunda o nosso organismo de hormonas de felicidade e bem-estar, estimula os músculos abdominais, diminui a pressão arterial e aumenta o oxigénio, potenciando ainda a melhoria da autoimagem, da autoconfiança e da saúde mental.

O riso serve, ainda, um propósito social.  Quando damos umas boas gargalhadas com outras pessoas, sentimos uma maior ligação com elas, criamos um laço e este faz-nos sentir mais felizes.

Por todas as razões aproveite esta época para jogar, rir e brincar. Dedique-se à sua família e desperte a sua criança interior. Crie novas tradições nestes dias natalícios… e enquanto espera pelo Pai Natal jogue e ria. O riso é contagioso!

                                                                                                                                                                  Ana

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Natal em família: a tradição ainda é o que era!

on 1 Dezembro, 2017

O mês de dezembro traz consigo a magia das festas natalícias. As ruas e as casas iluminam-se e vestem-se de decorações tipicamente natalinas para receber a família e os amigos. Esta época está carregada de tradições que despertam em cada um de nós o “espírito de natal”.

Nos primeiros dias de dezembro fazemos a árvore de Natal e decoramos a casa em família e para a família que, entretanto, vai crescendo. Pais, filhos, tios, sobrinhos, avós, primos e amigos implica casa cheia, convívio, partilha, mesa farta e um menu variado. Efetivamente, um estudo realizado em 2015 pela HomeAway que envolveu 8 países, entre os quais Portugal, revelou que os portugueses são os que mais valorizam o tempo em família. Contudo, a proximidade relacional da família, pequena ou grande, a negociação sobre o local da consoada ou do dia de Natal e a escolha dos presentes de Natal pode ser demasiado exigente e colidir com a harmonia e paz idealizada, gerando, muitas vezes, tensão emocional e conflitos internos e externos.

Aproveite esta época e a possibilidade de estar mais tempo com a família e aprenda a escutar ativamente e a gerir as suas emoções, expressando-as assertivamente, abordando o conflito de forma construtiva, centrando-se no eu mais do que no tu. Centre-se na expressão do que sente (”eu sinto que”) e não no conflito, no julgamento e na acusação (“tu fizeste” …).

Desfrute da magia desta época para cultivar o respeito mútuo, para contactar com as emoções e pensamentos e traduzi-los em comportamentos de proximidade genuína, em tempo familiar de qualidade.

A equipa da Psicofix preparou o calendário do advento com 25 atividades para realizar em família, criar novas tradições e ser mais do que ter.

Receba Dezembro e o Natal com as nossas sugestões. Isto pode ser mágico!

Ana

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Dizem que o tempo cura tudo…

on 15 Outubro, 2016

“O tempo não cura tudo.

Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.”

 Martha Medeiros

 

Dizem que o tempo cura tudo… na realidade o tempo não cura. O tempo apenas me distancia da circunstância e permite camuflar os sentimentos e as emoções. Obviamente que o tempo afeta a “intensidade” dos sentimentos e permite-nos ver uma situação emocionalmente desgastante com outros olhos ou de outra perspetiva. O tempo, para mim, permitiu definir outras metas e focar-me noutros objetivos, contudo o sentimento persiste. O vazio que ficou não será preenchido com outros objetivos.

E por isso aqui estou quase três anos depois a escrever sobre a perda gestacional. Para o casal, o aborto espontâneo constitui um acontecimento potencialmente traumático pela sua imprevisibilidade. O processo de luto subsequente poderá ser mais longo do que a recuperação física. As emoções podem variar entre tristeza, raiva, vazio, desesperança, desilusão e desespero, muitas vezes associadas a sentimentos de culpa. Este processo envolve diferentes tarefas para os casais que o experienciam, mas certamente para todos implica aceitar a realidade da perda, e, posteriormente reconhecer e lidar com a dor.

A perda gestacional engloba, para além do sofrimento pela morte do bebé que o casal planeou e tanto desejou, perdas adicionais que reforçam o sentimento de luto, como por exemplo, a oportunidade de exercer a parentalidade, a identidade social e as expectativas e sonhos em relação à gravidez e à parentalidade. “Este tipo de perda constitui um acontecimento particularmente exigente, na medida em que diz respeito a uma relação que envolve apenas os pais do bebé e que está assente não em memórias do passado, mas sim em expectativas de futuro (Fonseca, 2008). Para além disso, pode constituir a primeira experiência de luto dos pais do bebé, atendendo à sua idade jovem, afectando simultaneamente ambos os membros da díade conjugal, o que compromete a sua capacidade de apoio mútuo” (Kavanaugh & Wheeler, 2003; Lang, Goulet, & Amsel, 2004, citado por Nazaré, B. et al., 2010).

Apesar de sentir que efetivamente vivi esta perda de forma mais intensa e profunda, o pai esteve sempre lá para mim. Atualmente apoiamo-nos mutuamente e prosseguimos com a nossa vida, temos novos projetos e novos objetivos.

Apesar da falta de apoio emocional que podemos experienciar, fruto da dificuldade que socialmente existe em prestar apoio aos casais nesta situação o psicólogo, enquanto profissional de saúde, pode ser fundamental para promover a resolução adequada e a adaptação a este evento de vida.

 

Ana

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