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Mediação escolar: uma poderosa ferramenta na cultura da paz

on 15 Outubro, 2020

É cediço que a escola é um espaço de grande diversidade, bem como palco de discussões das mais variadas naturezas, sobretudo em face de fenômenos como a globalização. Nesse sentido, entendemos que cada vez mais deve-se aprimorar as relações interpessoais e de clima escolar no propósito de uma educação  voltada à paz, à não violência, à gestão de conflitos.

Afinal, o que é paz?  Durante muito tempo o conceito de paz esteve ligado à ausência de guerra. Na cultura ocidental, por seu turno, o conceito de paz sofreu influência da tradição greco-romana, passando a ter uma conotação mais positiva e mais ampla, conectando-se a outros conceitos como o de justiça, por exemplo.

Atualmente, o conceito de paz passou por uma releitura de forma a contemplar uma dimensão social, humana e cultural. É nesse sentido que defendemos que as instituições educacionais devem contemplar em seu conteúdo o conceito de cultura de paz e de convivência, esta última entendida como cultura de tolerância e respeito às diferenças.

A escola deve ser um espaço de convivência, ou seja, um espaço de construção de saberes, de tolerância, de aprendizagem. Traçar um plano de convivência não significa negar a existência do conflito, ao contrário, reconhece-se que o conflito é algo natural. Em outros termos, o plano de convivência escolar centra-se no manejo adequado dos conflitos.

A mediação escolar se apresenta como uma poderosa ferramenta no manejo adequado dos conflitos, notadamente por envolver vários atores da comunidade escolar tais como alunos, professores, pais, direção, etc. A mediação escolar tem como pilares a participação, a colaboração e o respeito.

Através de programas de mediação escolar, os estudantes resolvem seus conflitos de forma rápida e satisfativa, através da aplicação de técnicas como a escuta ativa, o rapport, o parafraseamento, dentre outras. É importantes destacar que um programa de mediação escolar deve ser pensado e desenvolvido conforme a realidade de cada escola, considerando suas peculiaridades.

Tão importante quanto os conteúdos curriculares é o desenvolvimento das relações interpessoais. Nesse sentido, entendemos que crianças e jovens devem ser estimulados a participarem de atividades coletivas, grupais, sempre tendo em vista o compartilhamento de experiências, trocas.

Através de atividades dessa natureza os alunos têm a oportunidade de lidarem com conflitos, aprendendo a resolvê-los de forma construtiva, através de uma comunicação assertiva.

Deve-se ressaltar que tais práticas cooperativas devem se estender para além dos muros da escola, albergando outros atores da comunidade escolar, somente nesse propósito é que construiremos uma sociedade mais pacífica, harmônica e empática.

Urge, cada vez, o desenvolvimento de hábitos e valores que fortaleçam vínculos de solidariedade, de tolerância, de respeito. Trata-se de um exercício diário de conscientização e de promoção de uma cultura de paz e de convivência.

 

Macela Nunes Leal

Mediadora

Advogada

Mestre em Resolução de Conflitos e Mediação

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